A sonda Kepler, lançada em março de 2009, é o observatório
mais sofisticado do mundo dedicado a estudar planetas alienígenas. Segundo uma
atualização dos cientistas sobre as conclusões da espaçonave este mês, nossa
galáxia pode ser o lar de 50 bilhões de planetas.
Embora a Kepler não tenha encontrado “muitos” planetas (1.235
candidatos a planetas), o registro cósmico é o melhor palpite dos pesquisadores,
estimado a partir de dados preliminares.
O objetivo principal de Kepler não é apenas descobrir planetas
individuais, mas construir um retrato de quão comum são esses planetas. Segundo
os cientistas, a nave descobriu, de fato, que aproximadamente a cada duas
estrelas há um planeta ou candidato a planeta. O número de candidatos por
estrela é de cerca de 44%.
Essa aparente abundância de planetas estava longe de ser uma
conclusão precipitada quando a missão iniciou. O primeiro planeta extra-solar
foi descoberto no início de 1990, e o ritmo das descobertas voltou a aumentar
desde então. Mas os astrônomos estão apenas começando a ter uma visão ampla do
número destes planetas agora.
A sonda analisa uma grande área de estrelas próximas para
procurar sinais de planetas. Embora seja possível identificar candidatos a
planetas, a confirmação só vem através de observações de
acompanhamento.
E os dados obtidos até agora são encorajadores: dos 1.235
possíveis planetas que Kepler apontou, 54 parecem estar em uma “zona habitável”,
ou seja, à distância certa de suas estrelas, onde as temperaturas seriam ideais
para a água líquida.
Na Via Láctea como um todo, os pesquisadores prevêem que pelo
menos 500 milhões dos 50 bilhões de planetas possíveis residem na zona
habitável. Kepler também identificou 68 candidatos a planetas do tamanho da
Terra.
Os cientistas acreditam que planetas rochosos como a Terra são
as melhores apostas para abrigar vida extraterrestre. Isso e os números
abundantes certamente dão esperança para a existência de vida fora da
Terra.
No entanto, para encontrar um planeta como verdadeiramente a
Terra – ou seja, um planeta do tamanho da Terra na zona habitável em torno de
sua estrela – a Kepler terá de procurar por muito mais tempo.
A sonda detecta um possível planeta através da observação do
leve obscurecimento da luz de sua estrela quando o planeta passa, ou transita,
na frente dela. Para planetas com órbitas de cerca de um ano, como a da Terra, o
trânsito poderia ocorrer apenas uma vez por ano, assim Kepler teria de observar
essa estrela por pelo menos alguns anos para notar o efeito.
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