domingo, 20 de março de 2011

PLANETA TERRA NÃO ESTÁ ACABANDO, ESTÁ SUPERLOTADO

Os desastres naturais estão mais frequentes ou seu efeito e percepção sobre as pessoas é que aumentou? De acordo com especialistas ouvidos pelo iG, a trinca de terremotos destruidores nos últimos dois anos está dentro das estatísticas de abalos sísmicos ocorridos no mundo. Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) afirma que a média anual é de até dois terremotos acima de oito graus na escala Richter, como foi o caso do terremoto no Japão, de 9 graus, ocorrido na sexta-feira (11) e o do Chile, de 8,8 graus, em fevereiro de 2010. O sismo que devastou o Haiti, em janeiro de 2010, teve sete graus de magnitude e matou mais de 222 mil pessoas. “As estatísticas mostram que o número de 18 tremores acima de sete graus em um ano está dentro do esperado,” afirmou Barros.

Mas o poder destruidor dos terremotos atualmente está muito ligado ao aumento da população mundial, que hoje está chegando aos sete bilhões. Para o professor do Instituto de Geofísica da USP Afonso Vasconcelos Lopes, se a ocorrência dos terremotos for analisada ao longo da década, a série de eventos não está fora do comum, “mas em curto prazo e com este poder destruidor, ela é fora do comum”.

O problema é que mais pessoas estão morrendo a cada tremor. Somando os terremotos do Chile e Haiti, foram mais de 223 mil mortos – até agora, estima-se que o desastre no Japão adicionará mais 3,3 mil a esta conta. Houve ainda o de Sumatra, em 2004, com 9.1 graus de magnitude e seguido por um tsunami, que vitimou cerca de 1228 mil pessoas. Em 2005, outro terremoto, de 8.6 graus, atingiu novamente Sumatra, juntamente com Indonésia, deixando outros mil mortos. Ainda nesta década, ocorreram outros dois grandes: na China (7.9 graus), em 2008, e no Paquistão (7.6) em 2005.

“Estes terremotos foram em áreas de alta densidade populacional, o que faz com que eles sejam tão destrutivos”, disse o professor do Instituto de Geociência da Unesp de Rio Claro, João Carlos Dourado.

O cientista lembra que terremotos acima de nove graus, ainda mais devastadores que o do Japão, tendem a acontecer a cada 40 anos. “No meio do século passado ocorreram três desta magnitude em 12 anos, só que dois deles foram no Alasca, onde havia poucos habitantes”, disse. O terceiro foi no Chile, o maior da história com 9,5 graus, que atingiu as cidades de Temuco e Valdivia em maio de 1960, matando 1.655 pessoas.

De acordo com as estatísticas do Serviço Geológico dos Estados Unidos (US Geological Survey) é esperada a ocorrência de milhares de terremotos menores a cada ano. Estima-se que aconteçam 13 mil tremores entre 4 e 4.9 graus de magnitude e 130 mil entre 3 e 3.9 graus todos os anos. Barros explica que para tremores menores não é preciso tanto tempo de acúmulo de energia. “Em terremotos de baixa magnitude, a área de ruptura é pequena, a energia liberada é pequena. Já para um terremoto maior ser gerado é preciso muitos anos”, disse.

O chefe do Observatório Sismológico da UnB afirma que o importante não é o número de terremotos, mas a sua intensidade. “Terremotos de magnitude três só são percebidos se a pessoa estiver próxima a seu epicentro, coisa de 50 metros, e eles podem ocorrer em área inabitadas, ou no mar e não serem notados”, disse.

As imagens do terremoto seguido de tsunami no Japão correram o mundo. Junto com os sismos no Haiti e no Chile – ainda frescos na memória -, deram a sensação, manifestada principalmente nas redes sociais, de que tais eventos estão cada vez mais frequentes. “Não tem muito a ver com memória. A gente recebe muito mais informação e ela também chega muito mais rápido do que uma década atrás”, disse Daniela Bertocchi, pesquisadora de comunicação digital da USP.

Para a pesquisadora, a questão está ligada ao fato de estar todo o mundo falando ao mesmo tempo sobre determinado evento, seja nas redes sociais, na televisão ou pela internet, com vídeos, fotos e comentários postados por vítimas em tempo real. Segundo Daniela, essa avalanche de informação gera ansiedade e expectativa mesmo em eventos ocorridos do outro lado do mundo. “Hoje temos um terremoto seguido de tsunami. Mês passado foi a enchente. Em 2010, foram dois outros terremotos, tudo num espaço de tempo pequeno. Isto passa a impressão de que estão ocorrendo com maior frequência, embora as estatísticas digam o contrário”.

De acordo com a pesquisadora, outro fato interessante da atualidade é que mesmo é que com a velocidade da informação, boatos são noticiados e repercutidos mesmo que não sejam verdade. “O alerta de segundo tsunami que no fim não aconteceu foi noticiado ao vivo, e todo mundo começou a comentar na hora. Esta explosão de informação não volta. O problema aumenta de tamanho”, disse.

Barros, da UnB, afirma que é importante não incluir terremotos nas questões relacionadas às mudanças climáticas. “Os terremotos são fenômenos geológicos que estão dentro da terra, o fato de o clima mudar não afeta em nada a sua ocorrência. A variação de um ou dois graus na temperatura atmosférica não interfere na movimentação da crosta terrestre”, disse Barros.

Para a climatologista do Instituto de Geociências da Unicamp, Luci Hidalgo Nunes, de fato, desastres naturais como secas e enchentes estão mais frequentes, mas estão impressionando mais por atingirem mais gente. Luci argumenta que de acordo com dados de 1948, mais de 250 pessoas morreram em uma enchente na região de Além Paraíba (MG), provocada por uma chuva concentrada e de forte intensidade. Em 2011, o mesmo tipo de chuva resultou em mais de 800 mortos na tragédia da serra fluminense. “Eu não tenho dúvida de que as mudanças climáticas estão ocorrendo, mas é preciso levar em conta que também há mais gente em áreas de risco como encostas em áreas onde podem ocorrer chuvas intensas”, disse.  Portal iG

quarta-feira, 16 de março de 2011

HIPÓTESE GAIA


Na pesquisa sobre evidências de vida extra-terrestre, nos planetas mais próximos - Vênus e Marte - financiada pela NASA, o Dr. James Lovelock, um químico inglês especialista em questões atmosféricas, em conjunto com outros pesquisadores, predice a ausência de vida em Marte levando em consideração que a atmosfera desse planeta se encontra no estado de equilíbrio químico. Em contraste, a atmosfera da Terra se encontra em um estado muito longe do equilíbrio.

A composição da atmosfera terrestre é muito diferente da dos outros planetas do sistema solar.  Pesquisas sobre a análise química das atmosferas destes planetas indicaram as seguntes composições:

VÊNUS CO2   95% 
95-96% dioxido de carbono, 3-4% nitrogênio com traços de oxigênio, argonio and metano.

MARTE CO2    95%
95.3% dioxido de carbono, 2.7% nitrogênio, 1.6% argonio, somente 0.15% oxigênio e 0.03% de água.

TERRA N   77%, O    21%Terra:
77% nitrogênio, 21% oxigênio com traços de dioxido de carbono, metano and argonio.

A pergunta que Lovelock obviamente se fez ... Porque a atmosfera da Terra era tão diferente? Veja que na nossa atmosfera co-existem de gases muito diferentes que são reativos entre si! - especificamente metano (redutor), nitrogênio (inerte) e oxigenio (oxidante). O que acontece na Terra que permite a existência de uma atmosfera tão diferente? Quais os processos complexos que funcionam na atmosfera terrestre desde alguns bilhões de anos - que explicam este comportamento sem-igual? Como estes processos se desenvolveram e mantem até hoje um equilíbrio meta-estável muito longíquo do equilíbrio químico?

Nos anos 60 Lovelock deu os primeiros passos na solução desta incógnita, considerando o desenvolvimento da vida no planeta Terra. As primeiras formas de vida existiram nos oceanos (ou lugares onde ocorria uma interface (água-sólido-gases) e eram as mais pequenas e simples - ainda algo menor e menos complexo que uma célula. A pesquisa microbiológica contemporânea aponta para o fato de que 3 bilhões de anos atrás, as bactérias e algas com capacidade de fotossíntese começaram a extrair o dióxido de carbono da atmosfera e a liberar oxigênio nela. Gradativamente - em vastos períodos de anos de eras geológicas diferentes - o conteúdo químico da atmosfera foi alterado fugindo do domínio do dióxido de carbono, para a prevalência de uma mistura de nitrogênio e oxigênio - e assim conseguindo estabelecer e manter uma atmosfera que poderia favorecer um maior desenvolvimento da vida orgânica - movida pela combustão aeróbica - tal como ocorre nos animais e seres humanos. A vida na Terra explica o fluxo continuo de consumo e reposição dos gases da atmosfera terrestre, por citar um desses gases reativos, o metano: 500 milhões de toneladas por ano são produzidas pelos micro-organismos anaerobicos e os vulcões, para repor o metano consumido. E a Hipotese Gaia tenta dizer ao Mundo que há um mecanismo de auto-regulação da composição da atmosfera terrestre.

Numa caminhada em Wilshire, Inglaterra, Lovelock descreveu sua hipótese a um vizinho, William Golding (um novelista), e pediu conselho sobre um nome adequado para ela. Golding lembrou o nome de "Gaia" - a deusa da mitologia grega que representa a Terra - e escolhido e usado desde então. Duas décadas atrás a Hipótese Gaia foi postulada pela primeira vez .... e ainda assim ....

Há uma grande diferença entre postular uma hipótese e ter ela aceita pela comunidade científica tradicional, e, ainda mais, levando em consideração que muito trabalho de pesquisa precisava ser feito para colocar de maneira mais clara e específica o conjunto de processos pelos quais a atual atmosfera planetária evoluiu e continua a evoluir. Nesta tarefa, Lovelock foi apoiado pela Dra. Lynn Margulis, uma microbióloga norteamericana.

Em 1979 James Lovelock publicou algumas de suas idéias no livro "Gaia: A New Look at Life on Earth" no qual foi postulada de maneira mais definitiva a Hipótese Gaia.

'...as condições químicas e físicas da superfície da Terra, da atmosfera, e dos oceanos tem sido, e continuam a ser, ajustadas (activamente) para criar condições confortáveis para a presença de vida, pelos próprios elementos viventes. Isto se coloca em sentido oposto ao saber convencional que considera ocorrer o contrário, que a vida se adaptou as condições de vida planetárias existentes na Terra e, desde então, ambas evoluiram por caminhos diferentes (sem interações).

Em outra parte do livro, em relação com a definição de Gaia, achamos o seguinte: "O espectro completo de vida na Terra, de baleias a vírus e de olmos a algas podem ser vistas como partes constitutivas de uma entidade vivente única capaz de manter a composição da atmosfera da Terra adequada a suas necesidades gerais e dotada de faculdades e poderes maiores que a aquelas das suas partes constivas ... [ Gaia pode ser definida como] um ente complexo que inclui a biosfera terrestre, atmosfera, oceanos, e solo; e a totalidade estabelecendo um mecanismo auto-regulador de sistemas cibernéticos com a finalidade de procurar um ambiente físico e químico ótimo para a vida no planeta."

E, em outra seção, encontramos especulações em relação a Gaia, uma delas com muito apelo para os grupos ecológicos, que, ao mesmo, provocou as mais duras críticas da comunidade cientifica para Hipótese Gaia: "Até que ponto nossa inteligência coletiva é também uma parte de Gaia? Será que os humanos, como espécie, constiuem um sistema nervoso de Gaia e que uma mente pode conscientemente antecipar mudanças no meio ambiente?

A Hipótese Gaia foi considerada uma das idéias mais desafiadoras desta segunda metade do século XX, e enquanto lutava para ser admitida formalmente nas cências tradicionais nos anos 70 e início dos 80, certamente consiguiu provocar um bom debate. Durante este período, Lovelock preparou uma segunda publicação.

Depois de uma década da publicação do primeiro livro e quase vinte anos depois de que ele meditou, pela primeira vez, sobre a natureza intrínseca dos sistemas vivientes para conseguir colocar claramente em evidência a operação que ocorre dentro dos ecossistemas terrestres, Lovelock publicou um segundo livro com o título "The Ages of Gaia". Nele a apresentação de suas idéias está mais madura, e enriquecida pela pesquisa e informações de outros. E, além do mais, a interconectividade de todos os sistemas naturais terrestres - não apenas a atmosfera - começava a emerger na sua análise das questões originais.

Assim, vemos a Lovelock evoluir e refinar a definição da natureza de Gaia: "O nome do planeta vivente Gaia, não é um sinônimo para a biosfera - essa parte da Terra onde se pode observar a existência de seres viventes. Também não pode ser confundida com a biota, que é simplesmentes a coleção de todos os organismos viventes individuais. A biota e a biosfera tomadas juntas formam uma parte porém não completam Gaia. Assim como a carapaça é parte do caracol, assim as rochas, o ar e os oceanos são parte de Gaia. Gaia, como iremos ver, possui continuidade, com laços nas origens da vida e no futuro, entanto a vida perssista. Gaia, como um ser planetário, tem propriedades que não são necessariamente discerníveis se continuamos nosso enfoque de ver apenas as partes do sistema sem pensar nas suas interconexões. Não veremos as propriedades de Gaia apenas conhecendo espécies individuais ou populações de indivíduos vivendo juntos ... Especificamente, a Hipótese Gaia diz que a temperatura, oxidação, estado, ácidez, e certos aspectos das rochas e das águas são mantidas constantes, e que esta homeostase é mantida por meio de processos intensos de de retro-alimentação, operados automáticamente e inconscientemente pela biota."

Lovelock continua, dizendo ... "Você pode achar difícil de engulir a noção que uma coisa grande aparentemente inanimada como a Terra está viva. Por suposto, você pode dizer, a terra é quase toda ela rocha, e maior parte dela incandescente. A dificuldade pode ser diminuida se você permite que a imagem de um árvore grande (como a sequoia) entre na sua mente. A árvore esta, sem dúvida, viva, ainda que 99% dela este morta. A enorme arvore é uma sucessão de anéis cilíndricos de material lenhoso morto, feito de lignina e celulose pelos ancentrais de uma camada muito fina de células viventes que constituem a cortiça da árvore. De esse mesmo modo podemos perceber que muitos dos atomos das rochas que estão lá embaixo no magma foram um dia parte da vida na superfície terrestre, a fina camáda de vida, em continua evolução, da qual todos vemos."

Enquanto as comunidades científicas continuavam a debater o nível de aceitabilidade da Hipótese Gaia, a perspectiva global ou holística do conceito capturava a imaginação das pessoas de diversos locais e campos de atuação. O conceito colocado na Hipótese Gaia nutriu e deu suporte aos paradígmas da "Nova Era". As culturas indígenas que olham a natureza da Terra como um espíritu sagrado, e outros que percebiam ou intuiam uma "unidade" na natureza, aqueles preocupados com o meio ambiente - as árvores, os rios e os oceanos, aqueles que buscam idéias com conteúdo revolucionário, aqueles que buscam um marco de referência religioso criaram uma audiência multicultural e multidisciplinar sempre crescente.

As aplicações não-científicas do conceito floreceram por toda parte, e elas tendiam a reduzir, em muito, o interesse nas questões científicas originais da hipótese, suas análises e as implicações da mesma.

Ainda que, estes mal entendidos eram inevitáveis nas colocações iniciais para especificar a hipótese, devido a sua natureza holística intrinsica e ao alcance do conceito global que intenta mostrar. Não obstante, fico evidente que o conceito era de interesse (prático e teórico) de muitas disciplinas e motivo de projetos inter-disciplinares. O problema era ganhar especificidade necessária.

Os céticos arguiam (e ainda o fazem) que Gaia tinha uma abordagem teleológica - que supõe um designo manifesto ou propósito na natureza da biosfera - em particular a administração - e isto era contrário a a posição aceita pela maioria - partidários da doutrina Darwiniana que apoia a seleção natural. A Dra. Lynn Margulis tinha sempre muito que dizer neste particular, sobretudo em relação a sistemática da evolução Darwiniana nos menores e mais antigos seres viventes na Terra. Na sua pesquisa e na publicação citada, Lovelock combata a postura Darwiniana tradicional com considerações ecológicas:

"A teoria ecológica aumentou seu escopo e profundidade. Tomando as espécies e seu ambiente juntos como um sistema unitário podemos, por primeira vez, construir modelos ecológicos que são matemáticamente estáveis e incluir grande número de espécies competidoras. Nestes modelos uma maior diversidade conduz a uma melhor regulação."

E, depois, en alguma página do livro "The Ages of Gaia" ... "Quando a atividade de um organismo favorece o ambiente tanto quanto ao próprio organismo, então sua proliferação será favorecida, eventualmente, o organismo e mudança ambiental associada a ele pasa a ter uma extensão maior ou global. O inverso também é verdadeiro e qualquer espécie que afete de maneira adversa o ambiente está destinada ao fracaso (como espécie); porém a a vida continuará."

De fato o que descobrimos é que a partir da análise do comportamento sistémico de nosso planeta, evidência-se a possibilidade da Terra de manter sua temperatura global razoavelmente constante no decorrer do tempo a pesar de um tremendo fornecimento de energia de seu sol e decontar com uma grande energia no interior do globo, graças aos mecanismos cibernéticos de fluxo, conversão de energia e retro-alimentação, nos quais todos os seres viventes participam e os micro-organismos e as plantas desenvolvem um papel muito importante, muitas vezes negado.

No último livro de James Lovelock (GAIA. Uma ciência para curar o planeta, 1992), ele aponta também sintomas de mal-funcionamento do sistema e a necessidade de um processo de remediação para preservar as espécies ameaçadas de extinção entre as quais pode-se incluir a humana.

PLANETA TERRA CUMPRE SEU RITUAL GEOLÓGICO

MESTRE MATERIALIZADO

Gaia, o planeta Terra, é um ser vivo. Que pulsa, sente e dispõe de uma engrenagem funcional semelhante à dos seres vivos. E, como todo ser vivo, é finito. A vida de Gaia é cíclica, como atestam as eras geológicas que possuem características definidas e distintas. O holoceno, período planetário da atual era quaternária, teve início há 12 mil anos, quando ocorreram as últimas glaciações que duraram 100 mil anos. O planeta caminha para uma nova era glacial. A ciência já registrou o aumento da temperatura global e o comprometimento da camada de ozônio.

O destino de Gaia voltou a intrigar pesquisadores e leigos desde a tsunami que dizimou milhares de vida na Ásia. Depois veio o ciclone extratropical com características de furacão, em Santa Catarina, morte nos Estados Unidos por uma chuva de lama e o terremoto no Irã. Gaia está visivelmente perturbada. Ou estaria revoltada com as barbáries contra ela praticadas? Catástrofes existem desde o início dos tempos. A maior talvez tenha sido o dilúvio bíblico que dizimou a quarta raça atlante.

Independente de profecias e dos avanços da ciência, Gaia cumpre o seu ciclo de nascimento e morte. E à humanidade cabe entender e vivenciar esses momentos impactantes não só pela destruição ambiental, pelas perdas humanas, mas, sobretudo pela dor dos sobreviventes. Pelas tentativas de reconstrução interna e externa.

Segundo a gnose, sabedoria esotérica, a nossa raça ária é a quinta a habitar o planeta Terra. Como as anteriores, ela vai sucumbir com uma catástrofe. Mas antes do final dos tempos, ainda vão habitar a Terra, a sexta e sétima raças. Para Samael Weor, o papa do conhecimento gnóstico, a raça ária vai perecer pelo fogo: terremotos e vulcões, tudo em consonância com uma ordem cósmica, universal e geológica.

E em meio a esse suceder de desastres ambientais, fica a pergunta sem resposta: pode o homem (leia-se a ciência) evitar as catástrofes anunciadas em prosa, verso, centúrias, psicografias e canalizações?

Os antigos maias o chamam de Estrela Baal e profetizaram que, devido à sua maior proximidade em 2005, vai produzir mudanças eletromagnéticas e uma grande quantidade de fenômenos climáticos, ecológicos, ambientais, biológicos, físicos, químicos e psico-sociais, antes sem uma causa aparente. Vão se observar graves problemas de natureza gravitacional na Terra.

A vidente norte-americana Jeane Dixon previu: “Haverá muitas mudanças geológicas e geográficas, bem como inúmeros terremotos. Onde agora existe água, haverá terra, e onde agora há terra, haverá águas revoltas e violentas, que correrão e destruirão tudo que encontrarem à sua passagem”.

O planeta pede socorro. James Loveloc, cientista e autor da teoria de Gaia, conclui que séculos de abuso através da descarga de hidrocarbonetos, desmatamento e poluição do ar vão tornando o planeta um objeto, como Marte. “Nossa preocupação deve ser com o ecossistema que mantém a vida aqui mesmo na Terra.

Uma das conseqüências física da tsunami no sudeste da Ásia foi uma pequena alteração na inclinação do eixo da Terra. A constatação veio dos pesquisadores do Centro de Geodesia Espacial da Agência Espacial Italiana, respaldados nos dados mundiais telemétricos enviados por laser aos satélites.

Os cientistas calculam que a alteração foi de cerca de dois milésimos de segundo, o que corresponde a cinco ou seus centímetros em linha reta. A medição foi feita na direção do epicentro do terremoto. Nas primeiras análises, não se detectou nenhum efeito na direção do meridiano de Greenwich, explicaram fontes do centro espacial.

Os cientistas consideram que a variação é muito pequena, por isso não terá repercussões sobre o clima. Richard Gross, geofísico do Laboratório de Jato-Propulsão da Nasa, na Califórnia, avaliou que uma movimentação de massa em direção ao interior da Terra durante o terremoto fez o planeta girar três microsegundos, ou um milionésimo de segundo, mais rápido e se inclinar 2,5 cm em relação a seu eixo. “Quando uma grande placa tectônica sob o Oceano Índico foi forçada para baixo de outra fez com que a Terra mais compacta girasse mais rápido", disse Gross.

“Há muito tempo cientistas criam teorias sobre o fato de que mudanças na superfície da Terra poderia afetar sua rotação, mas nunca tiveram meios precisos para provar isso”, acrescentou o sismólogo da Caltech, Hiroo Kanamori.

Segundo Peter Leroy, professor de astrofísica da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a inclinação do eixo terrestre não traz conseqüências para o planeta ou a humanidade. “Mudanças na rotação da terra sempre ocorrem. Existem variações
periódicas (causadas por ventos e marés); irregulares (causadas por mudanças aleatórias acumuladas, como essa causada pela tsunami); seculares (causadas pela atração da Lua) que já somam mais de três horas em mais de 2.000 anos.

O astrofísico ressalta que o pólo varia regularmente devido à precessão, em um período de aproximadamente 26 mil anos. Com isso, o deslocamento espacial do eixo chega a mais de 15 metros. “A variação causada pelo maremoto é muito pequena”, assegura Leroy.

Para Wellington Lopes Assis, professor de climatologia e cartografia temática da Uni-BH, alterações dessa natureza acontecem dentro do tempo geológico. “A inclinação do eixo terrestre é de 23 graus e 27 minutos de obliqüidade dentro do plano da eclíptica. O planeta sofre influência gravitacional de grandes astros como Saturno, Júpiter e do próprio Sol. Ciclicamente, essa atração gravitacional altera a própria órbita da terra em torno do Sol e seu eixo de inclinação. São eventos geológicos normais e cíclicos. Não vejo como essa inclinação possa afetar ou ameaçar a vida sobre a Terra”.

Era julho de 2001, quando veio um alerta de cientistas ingleses e norte-americanos: o vulcão Cumbre Vieja, inativo há 34 anos na ilha La Palma, no arquipélago das Canárias, território espanhol na África, dava sinais de vida. Não há como prever quando ele vai entrar em erupção, mas uma coisa os cientistas sabem: o deslizamento da montanha sobre o mar vai provocar ondas gigantescas que podem chegar a 40 metros de altura, o que equivale a um prédio entre seis e dez andares.

Segundo David Zee, oceanógrafo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a onda assassina pode arrasar cidades litorâneas em três continentes: litoral da Europa e da África, Flórida, Canadá e norte do Brasil. “Em nosso país, as ondas podem chegar em oito horas ao litoral norte, que fica a 4.500 quilômetros de distância das ilhas Canárias”.

No livro “Hercólubus ou Planeta Vermelho”, escrito em 1926, o vidente colombiano, Joaquín Enrique Amórtegui Valbuena, conhecido como Rabolú, surpreende ao mencionar a energia atômica, em uma época em que ela não era usada, pelo menos como artefato: “Os cientistas ignoram as conseqüências dos testes atômicos, seus ensaios no oceano. A energia atômica contaminou todo o mar e os animais que nele habitam. Há grandes fendas ao longo do mar, profundíssimas, que já estão fazendo contato com o fogo da Terra. O que os cientistas chamam de “El Niño” é exatamente isso: o contato da água com o fogo da Terra.

Para o astrofísico Peter Leroy, “os testes atômicos realizados no interior da Terra geram efeitos incalculáveis. “Infelizmente, só podemos especular sobre sua magnitude. Não sabemos quantos testes nucleares foram feitos na região da tsunami e nem a potência de cada bomba.Esses são dados secretos”.

Profecias de Edgar Cayce, o "profeta adormecido".
Londres ficará na costa
Inundação no norte da Europa
Desaparecimento da Groenlândia
Perda de uma grande parte do Japão
Inundação de diversas regiões costeiras
Mudança no eixo da Terra a partir de 2000
 Ligação por terra da América do Sul com a Antártida
Los Angeles, São Francisco e Nova York desaparecerão
Novas terras aparecerão ao largo da costa da América do Norte

GAIA A TERRA VIVA


Em nosso século, a partir do trabalho de inúmeros pesquisadores de várias áreas da ciência - especialmente em biologia e em neurologia, bem como em física e em cibernética, dentre inúmeras outras ciências que estão a contribuir enormemente para a maturação do conhecimento humano -, vemos surgir (ou ressurgir) uma nova ( ou será antiga? ) forma de compreender o mundo, forma que vai muito além da já antiquada (e ainda muito presente) concepção/entendimento/idéia de mundo como sendo um sistema mecânico e determinista, bem análogo às criações mecânicas humanas - ou seja, bem concorde com o entendimento humano no seu atual estágio cultural - e que constitui a metáfora essencial do paradigma cartesiano, estritamente adotado pela ciência moderna nos últimos três séculos.

Hoje , porém, está cada vez mais clara a idéia de que os sistemas complexos que formam um todo orgânico, vivo, possui características próprias, homeostáticas e dinâmicas enquanto conjunto, apresentando características próprias que escapam às qualidades e atributos de cada uma de suas partes constituintes, linearmente conectadas... Ou seja, um organismo, como um todo é algo mais diferenciado e com atributos próprios bem acima da soma de suas partes componentes fundamentais. É assim, num exemplo simples, que dois gases que são muito utilizados na combustão, como o oxigênio e o hidrogênio, quando unidos possuem uma nova característica bem própria que nos permite usa-los para o combate ao fogo, ao formarem a água. Além do mais, nos sistemas orgânicos vivos, a homeostase apresenta-se com características dinâmicas tais que superam o comportamento normal das "máquinas" feitas pelo homem, notadamente quanto ao grau de entropia, ou do crescimento do equilíbrio térmico, que nas máquinas convencionais é percebido pelo desgasta sempre crescente do equipamento, o que leva ao fim de sua vida útil, mas que é mantido, ao contrário, em um nível mais ou menos constante nos seres vivos.

Da mesma forma, sistemas vivos são estruturas complexas que exibem características muito próprias que "emergem" do conjunto formado por elementos possíveis de serem diferenciados. Por exemplo, pessoas e animais são formados por órgãos que são formados por células que, por sua vez, são formadas por vários elementos moleculares, alguns deles extremamente complexos, e estes, por fim, formados de átomos perfeitamente comuns e, em grande medida (senão na sua totalidade) igualmente presentes em todas as espécies de seres vivos. Ora, embora tenhamos a mesmíssima base atômica, ninguém vai dizer que existe uma igualdade funcional entre, por exemplo, uma rosa e um gato, ou entre um carvalho e um homem, muito embora, em essência, a estrutura do código da vida seja basicamente a mesma entre todos eles (o código genético, por exemplo, é escrito com as mesmas "letras" e com a mesma "sintaxe" em todos os seres vivos).

Ora, embora tenhamos um modo de manifestação física bem visível, onde os elementos estão em constante troca - nosso corpo está sempre se renovando - é o padrão que advém ou que emerge das estruturas mais elementares, enfim, as características do todo, mais do que seus elementos constituintes, que nos farão reconhecer um homem de outro homem, ou um homem de um chimpanzé, uma sinfonia ou um poema das letras impressas numa folha de papel, etc.

As idéias-chaves que possibilitaram levar-se a sério a dinâmica da organização em si, do padrão como estando muito além das características das partes físicas constituintes, foi um dos maiores marcos da ciência do século XX, similar ocorrido com a idéia de campo de energia, em Física na segunda metade do século XIX.

Dentre os vários pais desta nova visão sistêmica de mundo, citam-se Ilya Prigogine, na Bélgica, que realizou a ligação fundamental entre sistemas em não-equilíbrio e não-linearidade, como os que constituem as "estruturas dissipativas"; Heinz von Foerster, nos EUA, que montou um grupo de pesquisa multidisciplinar, o que possibilitou inúmeros insights sobre o papel da complexidade na auto-organização dos seres vivos e não vivos; Herman Haken, na Alemanha, com sua teoria não-linear do laser; Ludwig von Bertallanfy, na Áustria, com o seu trabalho pioneiro e seminal sobre a Teoria Sistêmica dos seres vivos e das sociedades, etc.; Humberto Maturana, no Chile, que se debruçou sobre as características fundamentais dos sistemas vivos. Tudo isso sem falarmos do grande desenvolvimento e importância cada vez maior da ciência da Ecologia nos últimos 50 anos e dos saltos conceituais nas ciências humanas, especialmente na Sociologia, com Michel Maffesoli, e em Psicologia, a partir de Jung.

Foi neste contexto, mais ou menos visível, mais ou menos presente (e em constante atrito com a concepção linear e estritamente mecanicista do paradigma cartesiano então - e ainda - vigente, muito útil à ideologia do capitalismo) que o químico norte-americano James Lovelock fez uma descoberta magnífca, talvez a mais bela do século na área das ciências biológicas, que lhe permitiu formular um modelo surpreendente de auto-organização não-linear, global e ecologicamente sublime, onde todo o planeta Terra surge como sistema vivo, auto-organizador.

As orígens da modernaTeoria de Gaia (nome da antiga deusa grega pré-helênica que simbolizava a Terra viva) se encontram nos primeiros dias do programa espacial da NASA (Capra, 1997, p. 90). Os vôos espaciais que começaram na década de 60 permitiram aos homens modernos perceberem o nosso planeta, visto do espaço exterior, como um todo integrado, um Holos extremamente belo.... Daí as primeiras palavras dos astronautas serem de deslumbramento e emoção, muito longe do linear e frio linguajar técnico-científico presente nas operações de pesquisa e de lançamento dos veículos espaciais. Todos nós lembramos das poéticas palavras de Yuri Gagarin: "A Terra é azul"... Pois bem, esta percepção da Terra em toda a sua poética beleza, foi uma profunda experência espiritual, como muitos dos primeiros astronáutas não se cansaram de dizer, mudando profundamente as suas concepções e seu modo de relacionamento com a Terra. De certa forma, este deslumbre foi o passo inical do resgate da ideia muito antiga da Terra como um organismo vivo, presente em todos as culturas e em todos os tempos (Capra, obra cit., p. 90; Campbell, 1990; Eliade, 1997).

Posteriormente, a NASA convidaria James Lovelock para ajudá-la a projetar instrumentos para a análise da atmosfera e, consequentemente, para a detecção de vida em Marte, para onde seria enviada uma sonda Viking.

A pergunta capital para Lovelcok, dentro deste contexto, era: "Como podemos estar certos de que o tipo de vida marciano, qualquer que seja ele, se revelará aos testes de vida baseados no tipo de vida terrestre, que é o nosso referencial?". Este questionamento o levou a pensar sobre a natureza da vida e como ela poderia ser reconhecida nas suas várias possibilidades.

A conclusão mais óbvia que Lovelock poderia chegar era a de que todos os seres vivos têm de extrair matéria e energia de seu meio e descartar produtos residuais em troca. Assim, pensando no meio terrestre, Lovelock supôs que a vida em qualquer planeta utilizaria a atmosfera ou, no caso de os haver, os oceanos como o meio fluido para a movimentação de matérias-primas e produtos residuais. Portanto, poder-se-ia ser capaz de, em linhas gerais, detectar-se a possibilidade da existência de vida analisando-se a composição química da atmosfera de um planeta. Assim, se houvesse realmente vida em Marte (por menor que fosse sua chance) a atmosfera marciana teria de revelar algumas combinações de gases características e propícias à vida que poderiam ser detectadas, em princípio, a partir da Terra. Ou, em outras palavras, qualquer planeta, para possibilitar a vida, necessita de um veículo fluido - líquido ou gasoso - para o transporte ou movimentação de componentes orgânicos e inorgânicos necessários à troca de materiais e resíduos resultantes da vida, pelo menos no nível e na dimensão do que se reconhece por vida dentro de nosso atual grau de conhecimento. Este meio fluido deve, portanto, aparesentar uma somatória de características básicas.

Estas hipóteses foram confirmadas quando Lovelock e Dian Hitchcock começaram a realizar uma série de análises da atmosfera marciana, utilizando-se de observações feitas na Terra, comparando os resultados com estudos semelhantes feitos na nossa atmosfera. Eles decobriram algumas semelhanças e uma série de diferenças capitais entre as duas atmosferas: Há muito pouco oxigênio em Marte, uma boa parcela é constituida de Dióxio de Carbono e praticamente não há metano na atmosfera do planeta vermelho, ao contrário do que ocorre aqui. Lovelock postulou que a razão para tal retrato da atmosfera de Marte é que, em um planeta sem vida, todas as reações químicas possíveis já ocorreram há muito tempo, seguindo a segunda lei da termodinâmica - a da entropia que já foi exposta acima - e que estabelece que todos os sistemas físico-químicos fechados tendem ao equilíbrio termo-químico, ou de parada total de reações. Ou seja, ao contrário do que ocorre na Terra, há um total equilíbrio químico na atmosfera marciana, não ocorrendo reações químicas consideráveis hoje em dia.

Já na Terra, a situação é totalmente oposta. A atmosfera terrestre contém gases com uma tendência muito forte de reagirem uns com os outros, como o oxigênio e o metano, mas que, mesmo assim, existem em altas proporções, num amálgama de gases afastados do equilíbrio químico. Ou seja, a pesar da contínua reação entre os gases, seus compoentes continuam presentes em proporções constantes em nossa atmosfera.Tal estado de coisas deve ser causado pela presença de vida na Terra, já que as plantas (terrestres e aquáticas) produzem constantemente oxigênio, e os outros organismos formam os outros gases, de modo a sempre se repor os gases que sofrem reações químicas. Em outras palvras, Lovelock provou que a atmosfera da Terra é um sistema aberto, afastado do equilóbrio químico, caracterizado por um fluxo constante de matéria e energia, influenciando e sendo influenciada pela vida, em perfeito biofeedback!

Eis as palvras de Lovelock do exato momento de sua descoberta: "Para mim, a revelação pessoal de Gaia veio subitamente - como um flash ou lampejo de iluminação. Eu estava numa pequena sala do pavimento superior do edifício do Jet Propulsion Labortatory, em Pasadena, na Califórnia. Era outono de 1965, e estava conversando com Dian Hitchcock sobre um artigo que estávamos preparando... Foi nesse momento que, num lampejo, vislumbrei Gaia. Um pensamento assustador veio a mim. A atmosfera da Terra era uma mistura extraordinária e instável de gases, e, não obstante, eu sabia que sua composição se mantinha constante ao longo de períodos de tempo muito longos. Será que a Terra não somente criou a atmosfera, mas também a regula - mantendo-a com uma composição constante, num nível que é favorável aos organismos vivos?"

A auto-organização típica dos sistemas vivos, que são sistemas abertos e tão longe do equilíbrio químico postulado pela segunda lei da termodinâmica tão cara aos físicos clássicos como uma lei universal (que, de fato, parece ser para os sistemas fício-químicos fechados), é a base da teoria de Lovelock. É conhecido dos cientistas que o calor do sol aumentou em cerca de 25 por cento desde que a vida surgiu na Terra mas, mesmo assim, a temperatura na nossa superfície tem permanecido praticamente constante, num clima favorável à vida e ao seu desenvovimento, durante 4 bilhões de anos. A próxima pergunta é: e se a Terra, tal como ocorre com os organismos vivos, fosse capaz de se auto-regular, fosse capaz de manter sua temperatura assim como o grau de salinidade dos seus oceanos, etc? Vejamos o que Lovelock nos diz:

"Considere a teoria de Gaia como uma alternativa viável à 'sabedoria' convencional que vê a Terra como um planeta feito de rochas, oceanos e atmosferas inanimadas, e meramente, casualmente, habitado pela vida. Considere-a como um verdadeiro sistema, abrangendo toda a vida e todo o seu meio ambiente, estritamente acoplados de modo a formar uma entidade auto-reguladora"

Nas palavras de Lynn Margulis: "Em outras palvras, a hipótese de Gaia afirma que a superfície da Terra, que sempre temos considerado o meio ambiente da vida, é na verdade parte da vida. A manta de ar - a troposfera - deveria ser considerada um sistema circulatório, produzido e sustentando pela vida.... Quando os cientistas nos dizem que a vida se adapta a um meio ambiente essencialmente passivo de química, física e rochas, eles perpetuam uma visão mecanicista seriamente distorcida, própria de uma visão de mundo falha. A vida, efetivamente, fabrica, modela e muda o meio ambiente ao qual se adapta. Em seguida este 'meio ambiente' realimenta a vida que está mudando e atuando e crescendo sobre ele. Há interações cíclicas, portanto, não-linerares e não estritmamente determinísticas".