segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CENTRALIDADE E DESCENTRALIDADE

Tudo no Universo é regido por um Princípio Único. Assim, qualquer fenômeno, seja ele material, dinâmico ou psíquico está sujeito a este Princípio. Um dos itens mais importante deste Princípio Único é a Lei das Unidades Coletivas. Desta forma todos os seres são coletivos, isto é, cada ser é um organismo coletivo. Um exemplo bem visível é o próprio homem que é um ser único mas coletivo, pois é formado por trilhões de células que por sua vez formam os tecidos, estes constroem os órgãos e estes os Sistemas (Ósseo, Muscular, Circulatório, Respiratório, Digestivo, Nervoso etc.) Os Sistemas orgânicos se unificam num organismo de centralidade psíquica (o homem).


Desta forma é fácil compreender que para esta complexidade funcionar harmoniosamente é necessário que haja uma coordenação central (no exemplo citado é o psiquismo humano). Uma conclusão que podemos tirar deste fato é de que convivem ao mesmo tempo no organismo universal a descentralidade e a centralidade. Parece um paradoxo, mas é assim que funcionam os organismos hierarquizados. Como cada unidade singular é também coletiva podemos agora compreender que por ação das forças evolutivas estamos marchando para construir um organismo ainda maior do que o homem, ou seja, a humanidade. É por esta razão que Jung fala em inconsciente coletivo e hoje já é comum o emprego do termo consciente coletivo ao nos referirmos a coletividade humana.

Deste modo podemos afirmar, sem medo de errar, que tudo é livre (descentralizado) mas tudo é dirigido (centralidade). No caso dos destinos humanos podemos no reportar a teoria dos Ciclos Múltiplos desenvolvida por Ubaldi n'A Grande Síntese . Segundo esta teoria os Ciclos Múltiplos são a fase dinâmica da Lei das Unidades Coletivas. Assim, para que tudo não marche para o caos dentro de um Universo múltiplo e complexo é preciso que haja uma coordenação central. No caso dos destinos humanos é preciso que os diversos ciclos que afetam direta ou indiretamente a individualidade se somem de forma a propiciar as condições adequadas para que esta fatalidade aconteça.

O Universo pode parecer aos nossos olhos míopes, desconjuntado e os acontecimentos parecem navegar ao acaso (descentralidade) mas na profundidade existe uma coordenação central que consegue harmonizar e conduzir tudo a uma finalidade comum. Fato este que a Ciência de hoje começa a descobrir ao constatar que os conceitos uniformes da Física Clássica Newtoniana (centralidade) têm no mundo microscópico (Física Quântica) caráter descontínuo (descentralidade).

Se não houvesse este pensamento centralizador a humanidade  já teria destruído o nosso planeta. Assim, somos solidários sem o sabermos. Creio que após vermos que a centralidade e a descentralidade convivem nos fundamentos do Universo fica mais fácil compreendermos o que Ubaldi queria dizer ao afirmar que o cumprimento de um destino não é rígido e mecânico

Para complementar reproduzo alguns pensamentos de Ubaldi ligados ao destino e livre-arbítrio. Eis que em todo caso o livre-arbítrio está fechado num determinismo macroscópico que aparece imediatamente logo que se suba das pequenas diferenças individuais até colher as características comuns que reúnem em uma só lei todos os elementos componentes. Ela é a LEI DOS GRANDES NÚMEROS, própria da massa e não do indivíduo, revelada estatisticamente. Assim se explica como, sob o determinismo da velha Física Mecanicista Clássica, se esconde uma APARENTE livre desordem (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)

A liberdade está sempre enquadrada no determinismo da unidade superior, e que é livre somente enquanto é elemento inferior componente de uma outra unidade superior que, relativamente ao inferior é sempre determinista. Assim em toda UNIFICAÇÃO se verifica uma reordenação determinista.(P. Ubaldi - Problemas do Futuro).

Uma observação macroscópica não nos daria senão os resultados deterministas da psicologia coletiva, enquanto uma microscópica nos daria aqueles livres da psicologia individual. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro).Em toda unificação se verifica uma reordenação determinista. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)

No cumprimento de um destino há uma tendência que, se é irresistível, ao mesmo tempo é suscetível de adaptar ao ambiente, ao momento, à pressão dos impulsos dos outros destinos que se vão desenvolvendo juntos e que também se querem realizar. No cumprimento de um destino há uma necessidade absoluta de realização, mas ela não é rígida e mecânica, mas uma vontade contínua, uma pressão constante, implacável, impulsionando para se realizar, de modo que está pronta para isso, logo que o ambiente o permita. Ela funciona por tentativas, mas com a maior tenacidade, aproveitando todas as oportunidades. Eis, então, que na férrea atuação da lei de causa e efeito penetra uma elasticidade de adaptação às circunstâncias do momento. (P. Ubaldi - Princípios de uma nova Ética)

A pulverização de psiquismos que se observa no nosso Universo, em todos os reinos da Natureza e também no Cosmo, tende, por LEI NATURAL, à unificação. É o tema deste PPS.

Ó homem, no baixo nível evolutivo em que se encontra, mostra-se incapaz de absorver os exemplos da arquitetura divina do Universo e perceber que essa LEI, por universal, rege também a organização da sociedade humana. É a dimensão política da filosofia de Pietro Ubaldi.
Os fractais foram selecionados para planos de fundo deste trabalho por serem figuras abstratas criadas intuitivamente com o caráter de onipresença, por terem as características do todo infinitamente multiplicadas dentro de cada parte, ou seja: cada partícula possui dentro de si a totalidade, o universo.

Segundo Pietro Ubaldi, toda unidade integra um todo - uma unidade coletiva. Toda unidade coletiva é, por sua vez, unidade de um todo maior - a unidade coletiva maior que a integra. Assim, até o infinito positivo.

O homem, no estágio evolutivo em que se encontra é incapaz de perceber esses exemplos e sentir que a LEI é universal e aplica-se também ao reino hominal, ou seja, na sociedade humana

A beleza e complexidade dos FRACTAIS parecem traduzir esse Princípio. Fractais são imagens abstratas que possuem o caráter de onipresença, por terem as características do todo infinitamente multiplicadas dentro de cada parte, ou seja: cada partícula possui dentro de si a totalidade, o universo. Os FRACTAIS deram origem a um novo ramo da matemá-tica, muitas vezes designado como a geometria da natureza.

O homem, no estágio de evolução em que se encontra, não é capaz de perceber a mensagem dada pela Natureza e pelo Cosmo, quanto à arquitetura divina com que se organizam – toda unidade simples é também uma unidade coletiva. está inseria em um todo, em uma unidade coletiva. Essa unidade coletiva é também unidade de um todo maior.
Pedro Orlando Ribeiro